Os pequenos e médios negócios goianos que fazem vendas virtuais movimentaram pouco mais de R$ 109 milhões com o comércio digital em 2022 na plataforma Nuvemshop, que possui mais de 100 mil lojas. O montante foi 75% maior que o registrado no ano anterior, quando foram movimentados R$ 62,1 milhões. O número de produtos vendidos no Estado também cresceu 25% e atingiu 1,5 milhão de unidades.
Os dados são da 8ª edição do estudo anual sobre o e-commerce e empreendedorismo brasileiro NuvemCommerce, realizado pela plataforma, onde Goiás figurou como o sétimo estado brasileiro no ranking nacional de vendas. O tíquete médio em Goiás ficou em R$ 351, um aumento de 18% em relação a 2021. Entre os segmentos que mais cresceram no e-commerce, estão os de saúde & beleza e de moda.
No Grupo Sallo, que possui quatro marcas de moda masculina, feminina e infantil, o crescimento das vendas virtuais para lojistas foi de cerca de 50% no passado. Para a coordenadora de E-commerce do Grupo, Thais Bruna Soares Souza, isso reflete o crescimento das vendas de seus clientes para o consumidor final. “As vendas pelos canais digitais têm crescido de forma geral”, destaca. Ela conta que a empresa oferece um amplo material de divulgação para os canais digitais de seus clientes, a fim de ajudar a impulsionar suas vendas on-line.
Para o gerente de Desenvolvimento da plataforma Nuvemshop, Luiz Natal, o estudo mostra que o comércio on-line segue crescendo num bom ritmo no Brasil, com destaque para os pequenos e médios negócios locais. Segundo ele, Goiás teve uma boa evolução no e-commerce, apesar de 2022 ter sido um ano desafiador. “O estado se destacou na pesquisa, apresentando um crescimento muito relevante em seu faturamento, superior a vários estados”, destacou Natal.
Desafios
A 8ª NuvemCommerce também traçou um perfil do empreendedor no e-commerce e os desafios que ele enfrenta. De acordo com o estudo, o empreendedorismo ainda é uma jornada solitária, pois 55% das lojas virtuais são administradas apenas por uma pessoa, enquanto 41% possuem de dois a cinco colaboradores. Além disso, 72% deles não possuem lojas físicas e 41% têm outro trabalho ou fonte de renda. A falta de capital de giro para investir no negócio é a maior dificuldade destes empreendedores do online.
O presidente do Sindicato do Comércio Varejista do Estado (Sindilojas-GO), Cristiano Caixeta, estima que o comércio virtual tenha crescido cerca de 30% em 2022, com algumas plataformas registrando resultados maiores que outras. Ele informa que a entidade do comércio lojista deve investir num trabalho de aprimoramento das vendas on-line para seus associados este ano, como treinamento com especialistas.
Cristiano Caixeta acredita que a maioria dos lojistas ainda utiliza ferramentas mais simples e acessíveis para vendas virtuais, como o WhatsApp e as redes sociais, e alguns já colocaram seus produtos em plataformas de e-commerce. Mas ele alerta que, para investir numa loja virtual, é preciso planejamento para evitar prejuízos.
“Não é só abrir uma loja virtual. É preciso fazer um estudo prévio de marketplace e Mercado Pago, por exemplo”, destaca o presidente do Sindilojas. Ele lembra que o vendedor deve ter estratégias que garantam a rapidez no atendimento on-line e na entrega do produto. “É preciso se preparar para não cometer erros e ter um feedback negativo nas redes” adverte.
O empresário Yuri Guimarães, proprietário da marca de moda íntima Duhellen, conta que há quatro anos decidiu fechar suas lojas físicas para investir apenas nas vendas virtuais. E a estratégia deu muito certo. Hoje, ele vende pelas redes sociais, WhatsApp e nas principais plataformas de e-commerce, como a Nuvemshop.