Benefícios: Centrais protestam contra mudanças

As centrais sindicais saíram ontem às ruas de várias cidades do País para protestar contra as medidas anunciadas pelo governo, que tornam mais duras as regras para concessão de benefícios trabalhistas, como seguro-desemprego, auxílio-doença e pensão por morte.

Em São Paulo, o presidente da Força Sindical, Miguel Torres, afirmou que a presidente Dilma Rousseff, ao adotar as medidas, foi contra o discurso encampado em sua própria campanha, quando prometeu que não mexeria em direitos trabalhistas “nem que a vaca tussa”.

“Ela enganou os trabalhadores e trabalhadoras do Brasil e fez propaganda enganosa”, afirmou. Torres disse ainda que a entidade vai ingressar com medidas judiciais contra as medidas provisórias, alegando que elas mexem em direitos adquiridos pelos trabalhadores.

Já para Luiz Carlos Mota, presidente da UGT de São Paulo, o pacote prejudica os trabalhadores principalmente ao exigir uma carência maior para o acesso ao seguro-desemprego. “Por que não se mexe na reforma tributária? Por que só os trabalhadores estão pagando a conta?”, questionou. O ato na capital paulista reuniu cerca de 2 mil pessoas, segundo estimativas da Polícia Militar.

No Rio, a manifestação foi feita em frente à estação Central do Brasil. E a linha de protesto era a mesma. “Existem outras formas de combater o déficit público, como taxar os mais ricos, criando o imposto sobre as grandes fortunas e promovendo o combate à rotatividade no emprego imposta pelas empresas, como é o caso do setor bancário”, disse o diretor da CUT-RJ, Marcello Azevedo.

“O trabalhador não pode, mais uma vez, pagar a conta da crise econômica.” Houve manifestações também em Curitiba, Brasília e Porto Alegre.

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